Sílvio,
Novamente estamos de luto,
este fato tem se tornado rotina na 18ª DESEC. O que está acontecendo por aqui?
Hoje tivemos a triste notícia de mais um acidente e este
vitimou fatalmente Sílvio,
Comissário de Polícia. Não adianta procurar culpados nem desculpas para a
morte. Acredito no destino. Acredito também que melhores condições de trabalho,
condições mais humanas e melhores salários, sem tantas metas ou pelo menos o
reconhecimento com o cumprimento dessas,
talvez proporcionassem momentos de lazer mais confortáveis junto aos
familiares, o que sem dúvida reduziria o stress próprio da nossa atividade.
Sílvio foi
mais um policial que tombou em serviço. Tombou não vítima de um meliante.
Tombou vitima da sua responsabilidade, pois não pretendia chegar atrasado ao
serviço. Ele poderia simplesmente ter ido para a rodoviária esperar um ônibus e
só iria chegar para o segundo expediente. Mas chegava. Preferiu se deslocar usando
uma moto.
Sílvio tinha
algumas paixões além da família, como o Santa Cruz e o Sinpol, sua segunda casa,
onde inconscientemente hoje pela manhã, lá passou, para se despedir dos amigos.
No início da tarde recebi a triste notícia através de uma
colega, que carinhosamente falou – Artur, agora foi o eterno meninão que
morreu. Imediatamente imaginei que fora Sílvio,
pois havia passado por problemas cardíacos. Estes ele superou. Porém a morte é
cruel, levou de forma violenta, já que da outra forma não foi possível. Sílvio tinha um coração forte, um
coração acostumado a derrotas, vitórias e títulos, Sílvio tinha um coração tricolor. Sou Rubro-negro, mas admirava a
paixão dele pelo Santa.
Sílvio, siga na
certeza da boa recepção na casa do Senhor. Lá te sentiras em casa, na companhia
de Nané Guedes, Coelho, Dr. Aldo, Kleber, Dr. Paulo, Bira, Brito e Jose do Rego
Maciel.
Como todo bom policial você também tinha sua marca. Quem
não se lembra da forma que ele entregava um ofício ou uma CI – Todo amassado. E
nas vezes que dormia na Regional, no dia seguinte tomava banho e nunca se
enxugava. Era “pau prá toda obra”, nunca alegava cansaço para um novo serviço.
Nestes anos de convívio percebi que guardava uma grande
admiração por Marinho. Com esse mantinha um relacionamento de filho para pai,
pois acredito que Marinho era uma pessoa que sempre lhe aconselhava e apoiava.
Como todos nós Sílvio
também tinha um grande sonho e não pode realiza-lo em vida. Mas o Sinpol irá cuidar disso, para seu orgulho e alegria.
Perdeu a Polícia Civil um grande policial, perdemos nós
de Garanhuns um grande amigo, mas nada comparável a dor da sua família e
vizinhos. Perdeu o sindicato e perdeu o Santa Cruz um dos torcedores mais fervorosos.
Hoje o Mundão do Arruda está de luto. Aquele lugar na arquibancada tricolor
jamais será ocupado por outro torcedor, os fotógrafos dos jornais sentirão sua
falta para abrilhantar as fotografias da torcida tricolar.
Sílvio, estas
camisas pretas ostentando o Brasão de Pernambuco representam o nosso sentimento
de luto e a certeza de que você fez muitas amizades.
Fique com Deus,
Garanhuns, março de 2014
Artur Pedro