sábado, 8 de dezembro de 2012

Medíocres e Distraídos


    Leio com tristeza sobre quanto países como Coreia do Sul e outros estimulam o ensino básico, conseguem excelência em professores e escolas, ótimas universidades, num crescimento real, aquele no qual tudo se fundamenta: a educação, a informação, a formação de cada um.
       Comparados a isso, parecemos treinar para ser medíocres. Como indivíduos, habitantes deste Brasil, estamos conscientes disso, e queremos — ou vivemos sem saber de quase nada? Não vale, para um povo, a desculpa do menino levado que tem a resposta pronta: “Eu não sabia”", “Não foi por querer”.
       Pois, mesmo com a educação — isto é a informação — tão fraquinha e atrasada, temos a imprensa para nos informar. A televisão não traz só telenovelas ou programas de auditório: documentários, reportagens, notícias, nos tornam mais gente: jornais não têm só coluna policial ou fofocas sobre celebridades, mas nos deixam a par e nos integram no que se passa no mundo, no país, na cidade.
        Alienação é falta grave: omissão traz burrice, futilidade é um mal. Por omissos votamos errado ou nem votamos, por desinformados não conhecemos os nossos direitos, por fúteis não queremos lucidez, não sabemos da qualidade na escola do filho, da saúde de todo mundo, da segurança em nossas ruas.
        O real crescimento do país e o bem da população passam ao largo de nossos interesses. Certa vez escrevi um artigo que deu título a um livro: “Pensar é transgredir”. Inevitavelmente me perguntam: “Transgredir o quê?”. Transgredir a ordem da mediocridade, o deixa pra lá, o nem quero saber nem me conte, que nos dá a ilusão de sermos livres e leves como na beira do mar, pensamento flutuando, isso é que é vida. Será? Penso que não, porque todos, todos sem exceção, somos prejudicados pelo nosso próprio desinteresse.
       Nosso país tem tamanhos problemas que não dá para fingir que está tudo bem, que somos os tais, que somos modelo para os bobos europeus e americanos, que aqui está tudo funcionando bem, e que até crescemos. Na realidade, estamos parados, continuamos burros, doentes, desamparados, ou muito menos burros e doentes e desamparados do que poderíamos estar. Já estivemos em situação pior ? Claro que sim.
        Já tivemos escravidão, a mortalidade infantil era assustadora, os pobres sem assistência, nas ruas reinava a imundície, não havia atendimento algum aos necessitados (hoje há menos do que deveria, mas existe). Então, de certa forma, muita coisa melhorou. Mas poderíamos estar melhores, só que não parecemos interessados.
        Queremos, aceitamos, pão e circo, a Copa, a Olimpíada, a balada, o joguinho, o desconto, o prazo maior para nossas dívidas, o não saber de nada sério: a gente não quer se incomodar. Ou pior: nós temos a sensação de que não adianta mesmo. Mas na verdade temos medo de sair às ruas, nossas casas e edifícios têm porteiro, guarda, alarmes e medo.
        Nossas escolas são fraquíssimas, as universidades péssimas, e o propósito parece ser o de que isso ainda piore.
        Pois, em lugar de estimularmos os professores e melhorarmos imensamente a qualidade de ensino de nossas crianças, baixamos o nível das universidades, forçando por vários recursos a entrada dos mais despreparados, que naturalmente vão sofrer ao cair na realidade. Mas a esses mais sem base, porque fizeram uma escola péssima ou ruim, dizem que terão tutores no curso superior para poder se equilibrar e participar com todos.
        Porque nós não lhes demos condições positivas de fazer uma boa escola, para que pudessem chegar ao ensino superior pela própria capacidade, queremos band-aids ineficientes para fingir que está tudo bem. Não se deve baixar o nível em coisa alguma, mas elevar o nível em tudo.
        Todos, de qualquer origem, cor, nível cultural e econômico ou ambiente familiar, têm direito à excelência que não lhes oferecemos, num dos maiores enganos da nossa história.
        Não precisamos viver sob o melancólico império da mediocridade que parece fácil e inocente, mas trava nossas capacidades, abafa nossa lucidez, e nos deixa tão agradavelmente distraídos.

                                                                                                                           Lya Luft

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sincera homenagem de Artur Pedro ao Delegado Paulo Geraldo!!





Dr. Paulo Geraldo,

  Dona Dione, Marcos e Ezandra, tenham certeza que Dr. Paulo está muito feliz e agora altivo descansa, como o atleta depois de lutar...  O momento também é muito triste para nós que perdemos este nobre companheiro.
       
      O Senhor, como Admirador das artes marciais cuidou do físico; admirando os movimentos sociais, dedicou-se a leitura vermelha e cuidou da ciência; admirando o Ser Supremo, cuidava do espírito, pois sabia que só este é eterno e hoje, pela sua humildade, sua educação e seu modo de participar do mundo, não tenho dúvidas, encontra-se ao lado de Deus.
       
         Lembro-me da admiração pelo seu irmão, Marquinhos, como carinhosamente o chamava. Eu percebia quando a saudade da sua filha, Maria, apertava. Querendo ir buscá-la e vergonhoso para me chamar, dizia: E ai meu velho, vamos viajar?
       
     Já disse Eduardo Galeano: Nós dizemos não a uma sociedade que põe preço nas coisas e nas pessoas e que ver a vida como um supermercado ou uma  pista de corrida, onde o próximo é visto como uma mercadoria ou um competidor, jamais como um irmão. O Senhor não pactuava com isso.
       
       Como é ser assim? Quem foi Nelson Hungria? Só quem era próximo de Dr. Paulo sabe do que estou falando.

 Você deixou sua terra natal porque tinha um sonho: ser Delegado da Polícia Civil de Pernambuco.
       
      Às vezes discutia com seus colegas alagoanos e dizia: eu agora sou pernambucano! Esta admiração aumentou quando trabalhou no sertão, ao ponto de registrar para sempre em seu corpo a tatuagem de um carcará, símbolo e lembrança daquela região sofrida e das duras operações policiais.
      
       Toda aquela admiração pela terra dos altos coqueiros acabou em 2011. A decepção transforma qualquer ser humano. Nada é mais triste para uma pessoa do que ter um princípio, acreditar nele, lutar por ele e do nada aparecer alguém para lhe caluniar, justamente naquilo que você mais defende e, o pior, é esta mentira soar como verdade. Aquele orgulho de ser policial pernambucano morreu no ano passado e, com isso, aos poucos seu corpo também  foi para o túmulo. Mas você continua vivo na minha mente e na mente de muitos colegas que fazem Policia com dignidade.
       
      Boa música, boa leitura, barba impecável, sempre em camisa de mangas longas, educação e humildade a toda prova. Recordo que no início da crise sentiu fortes dores no abdômen, dirigiu-se ao Hospital Dom Moura, perguntou ao porteiro onde era a fila do atendimento e ali aguardou sua vez, sem se identificar. Em uma das viagens que fizemos ao sertão, fez uma ultrapassagem em local proibido, foi parado pela Policia Rodoviária e notificado, educadamente recebeu a notificação e desejou um bom dia ao patrulheiro. Aí eu questionei – o Senhor é Delegado Seccional, porque não se identificou para evitar a multa. Ele só fez dizer – eu estava errado! Estes simples fatos faziam aumentar minha admiração por sua pessoa e por seu comportamento diferenciado. Eu sentia muito orgulho quando o Senhor dizia: Artur, eu confio  em você. Ser da sua confiança para mim era motivo de grande honra.
      
      Nós da Policia Civil de Garanhuns jamais duvidamos da sua idoneidade e tenha certeza, Pernambuco é feito de homens e mulheres de fibra, é a nova Roma de bravos guerreiros e nestes o Senhor continua vivo, pelos seus atos e exemplo de vida.

       Esta é minha última homenagem, o coração apertado, a face molhada por lágrimas, mas com o orgulho de ter trabalhado com o Dr. Paulo Geraldo de Paula. 

Garanhuns, Novembro de 2012
                                                                    
                                                                      Artur Pedro

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Diminuição de Homicídio, muito esforço nosso e metas cumpridas!!


    Numa matéria publicada no Jornal do Commercio do dia 05/12/2012, o secretário de defesa social Wilson Damásio, divulgou os dados de homicídio do mês de novembro/12 e que foi registrada a morte de 252, mês de redução histórica, 14,9%, quando o ponto de referência de homicídio é de 300 por 30 dias. Esse resultado estatístico e a divulgação na imprensa a favorecem muito bem aos interesses políticos, tanto para o secretário como para o Governador.
               
       Na realidade, quem são de fato os verdadeiros responsáveis por esse resultado positivo?  Os servidores da segurança pública de nosso Estado. Isso prova que a sua grande maioria é composta por trabalhadores devotados, competentes e eficientes que trabalham no exercício de suas atribuições.
             
     Os Policiais de Pernambuco são considerados aqueles que percebem uma das piores remunerações, mas mesmo assim, diante de todas essas dificuldades, estão mantendo os resultados do Pacto pela Vida em primeira ordem, inclusive, superando as expectativas do Governo.
     
     Governador Eduardo Campos, Secretário Wilson Damásio, Chefe de Polícia Osvaldo Moraes, imaginem vocês, que resultado teríamos se fosse valorizado esses trabalhadores com melhores salários e condições de trabalho?
       
       Respondendo essa pergunta: Nós do Movimento pela Mudança achamos que o Pacto pela Vida seria extraordinário e magnífico. Nós não somos contra a carreira política de ninguém, o que lutamos é pela valorização dos Policiais Civis. Queremos nossa parte no bolo e vamos lutar por isso, pois não é favor, mas um direito conquistado com muito trabalho, confirmada pela metas cumpridas do Pacto.