sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sincera homenagem de Artur Pedro ao Delegado Paulo Geraldo!!





Dr. Paulo Geraldo,

  Dona Dione, Marcos e Ezandra, tenham certeza que Dr. Paulo está muito feliz e agora altivo descansa, como o atleta depois de lutar...  O momento também é muito triste para nós que perdemos este nobre companheiro.
       
      O Senhor, como Admirador das artes marciais cuidou do físico; admirando os movimentos sociais, dedicou-se a leitura vermelha e cuidou da ciência; admirando o Ser Supremo, cuidava do espírito, pois sabia que só este é eterno e hoje, pela sua humildade, sua educação e seu modo de participar do mundo, não tenho dúvidas, encontra-se ao lado de Deus.
       
         Lembro-me da admiração pelo seu irmão, Marquinhos, como carinhosamente o chamava. Eu percebia quando a saudade da sua filha, Maria, apertava. Querendo ir buscá-la e vergonhoso para me chamar, dizia: E ai meu velho, vamos viajar?
       
     Já disse Eduardo Galeano: Nós dizemos não a uma sociedade que põe preço nas coisas e nas pessoas e que ver a vida como um supermercado ou uma  pista de corrida, onde o próximo é visto como uma mercadoria ou um competidor, jamais como um irmão. O Senhor não pactuava com isso.
       
       Como é ser assim? Quem foi Nelson Hungria? Só quem era próximo de Dr. Paulo sabe do que estou falando.

 Você deixou sua terra natal porque tinha um sonho: ser Delegado da Polícia Civil de Pernambuco.
       
      Às vezes discutia com seus colegas alagoanos e dizia: eu agora sou pernambucano! Esta admiração aumentou quando trabalhou no sertão, ao ponto de registrar para sempre em seu corpo a tatuagem de um carcará, símbolo e lembrança daquela região sofrida e das duras operações policiais.
      
       Toda aquela admiração pela terra dos altos coqueiros acabou em 2011. A decepção transforma qualquer ser humano. Nada é mais triste para uma pessoa do que ter um princípio, acreditar nele, lutar por ele e do nada aparecer alguém para lhe caluniar, justamente naquilo que você mais defende e, o pior, é esta mentira soar como verdade. Aquele orgulho de ser policial pernambucano morreu no ano passado e, com isso, aos poucos seu corpo também  foi para o túmulo. Mas você continua vivo na minha mente e na mente de muitos colegas que fazem Policia com dignidade.
       
      Boa música, boa leitura, barba impecável, sempre em camisa de mangas longas, educação e humildade a toda prova. Recordo que no início da crise sentiu fortes dores no abdômen, dirigiu-se ao Hospital Dom Moura, perguntou ao porteiro onde era a fila do atendimento e ali aguardou sua vez, sem se identificar. Em uma das viagens que fizemos ao sertão, fez uma ultrapassagem em local proibido, foi parado pela Policia Rodoviária e notificado, educadamente recebeu a notificação e desejou um bom dia ao patrulheiro. Aí eu questionei – o Senhor é Delegado Seccional, porque não se identificou para evitar a multa. Ele só fez dizer – eu estava errado! Estes simples fatos faziam aumentar minha admiração por sua pessoa e por seu comportamento diferenciado. Eu sentia muito orgulho quando o Senhor dizia: Artur, eu confio  em você. Ser da sua confiança para mim era motivo de grande honra.
      
      Nós da Policia Civil de Garanhuns jamais duvidamos da sua idoneidade e tenha certeza, Pernambuco é feito de homens e mulheres de fibra, é a nova Roma de bravos guerreiros e nestes o Senhor continua vivo, pelos seus atos e exemplo de vida.

       Esta é minha última homenagem, o coração apertado, a face molhada por lágrimas, mas com o orgulho de ter trabalhado com o Dr. Paulo Geraldo de Paula. 

Garanhuns, Novembro de 2012
                                                                    
                                                                      Artur Pedro

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