terça-feira, 20 de novembro de 2012

BLACK OUT” ATINGE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL



                           Investigações comprometidas
       
        No final de outubro a imprensa divulgou que dois escritórios do Serviço de Inteligência da Polícia Federal foram fechados e que, num efeito cascata, uma a uma todas as demais unidades espalhadas por todo o território nacional deveriam ter o mesmo destino, quebrando, literalmente, a coluna dorsal da maior e mais bem equipada instituição de Segurança Pública do Brasil.
     
       O efeito se confirmou e, pouco a pouco um verdadeiro “black out” funcional está desligando todos os núcleos de investigação pelo Brasil. No Mato Grosso não há mais uma unidade sequer em operação, o que detona todos os serviços de escuta, espionagem e análises de “modus operandi” criminais naquele Estado.
      
        No Mato grosso do Sul, em São Paulo, na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Paraná a “contaminação” dos escritórios avança em velocidade vertiginosa e ameaça provocar um colapso geral em todo trabalho investigativo da PF.
Estopim
      
      A iniciativa foi gerada pela resposta do governo federal às reivindicações impostas pela greve dos agentes da Polícia Federal, que exigiam, a reestruturação das funções tidas como de nível superior, entretanto, remuneradas como de nível médio.
   
     Diante do fato de que o governo federal decidiu manter a remuneração dos agentes, escrivães e papiloscopistas no patamar de nível médio, estes também passaram a exercer somente funções e atividades tidas como de nível médio.
   
     Os trabalhos de inteligência são encarados como de nível superior, portanto, os agentes abandonaram estas funções, que deverão, se isto for possível, ser transferidas para os delegados.     Enquanto isto, a Polícia Federal fica sem o serviço responsável pela maior parte das investigações que resultam na prisão de integrantes de grandes cartéis do tráfico de drogas, da lavagem de dinheiro, dos crimes de colarinho branco, do jogo, enfim, fica praticamente inoperante.
Inteligência
     
        A Polícia Federal brasileira constitui, hoje, um dos principais paradigmas em nível nacional, quando se trata do uso da inteligência como instrumento efetivo no combate à criminalidade, com especial ênfase ao crime organizado.
   
    Tendo desenvolvido suas técnicas ao longo dos anos, com o auxílio de organismos internos e do exterior, aliando o conhecimento específico ao grande e contínuo avanço das tecnologias utilizadas para o exercício deste mister, a Polícia Federal tem operado com uma demonstração clara de que é possível, com recursos e preparo adequado do corpo policial, fazer frente aos criminosos e ampliar a capacidade do sistema de segurança pública como um todo, fornecendo ao cidadão e à sociedade a paz e a tranquilidade necessárias à convivência harmoniosa.
     
      Este padrão de excelência é alcançado pelo tratamento adequado da informação, posteriormente transformada em conhecimento, inteligência e ação, com acesso às mais diversas ferramentas tecnológicas. Sempre é necessária a transformação de informação (dados não tratados), para o alcance do conhecimento estratégico, conhecimento este buscado, inclusive, por empresas para conquista de mercados, pelo que se chama "inteligência competitiva" e "gestão de informação".
    
     Infelizmente, em alguns pontos, a forma de obtenção e tratamento dos dados relativos às operações mencionadas e, por que não dizer, de praticamente todo o conjunto de apurações levadas a efeito pela Polícia Federal, se ressente, entre outras coisas, de uma maior organização e sistematização. Ainda existe compartimentação excessiva, que é desnecessária e improdutiva: ao invés de garantir uma hipotética segurança, inviabiliza-se a utilização das informações em trabalhos de repressão ao crime organizado.
      
          Mas, esta é uma realidade que está a um passo de permanecer “congelada”, diante do impasse entre “quem trabalha de fato” e “quem fica no trono observando”. Enquanto isto não se dissolver, o Brasil vai contar com uma Polícia Federal a cada dia “menos inteligente”, ou “mais burra”.

Fonte: MERCOSUL NEWS.


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