segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Nossa Luta, Nossa Vitória

Aquela reunião na Rua 48, no último dia 24, sexta-feira, foi um ato histórico para a Polícia Civil de Pernambuco. Todos ali presentes traziam no semblante a preocupação de não permanecer por mais três anos sob a vontade do Governo. Porém naquelas mesmas pessoas percebia-se um brilho em cada olhar, um brilho que nada podia ofuscar, pois era o brilho da certeza da vitória, da vitória da mudança sobre o estagnado, da esperança sobre o medo, da luta contra a covardia, da sublevação sobre a obediência.

Nossa mudança começou há alguns anos, nos finais das assembléias que aconteciam no Sinpol. Acredito que iluminados pela força do frei Joaquim do Amor Divino Rabelo, nosso Frei Caneca e insatisfeitos com a condução de nossas reivindicações, sentimos a necessidade de gritar por mudanças. Foi ai que apareceu a figura de ÁUREO. Imediatamente os setores do poder o intitularam de “doido” e hoje acredito ser ele realmente louco. Louco por mudanças. E para lutar contra um sistema estabelecido a mais de vinte anos tem que ser realmente louco. A infelicidade daquelas pessoas foi que esse adjetivo não se aplica apenas as deficiências mentais: o mendigo anda louco por comida, os pais são loucos pelos filhos e nós somos loucos por melhores condições de trabalho, melhores salários, mais segurança para a sociedade, por reconhecimento, que alimente nosso ego. Como as crianças de rua que são loucas por carinho, a exemplo de um cidadão que ao parar em um semáforo é abordado por um garoto de rua, o motorista baixa o vidro do carro lhe entrega algumas moedas e carinhosamente passa a mão na cabeça do garoto. Este sai correndo feliz. Na seqüência, outro garoto se aproxima do carro e o motorista comovido diz não ter mais moedas; enchendo os olhos de lagrimas ao ouvir a resposta do garoto – moço, eu não quero dinheiro não. Queria apenas que o senhor também passasse a mão na minha cabeça...

Seria injusto se não reconhecesse as ações positivas da atual diretoria do Sinpol, porém, como ser humano, sinto a necessidade de mudança, de evolução para que possamos acompanhar os avanços da sociedade.

Participo do Movimento desde sua fundação. Acredito nós companheiros de luta seríamos irresponsáveis se neste momento não dividissemos o fardo das batalhas futuras. Afinal, conquistamos da capital ao sertão toda uma categoria, e como dizia Antoine de Saint-Exupéry “Somos extremamente responsáveis pelo que cativamos”. Ainda citando O Pequeno Príncipe posso dizer “Áureo, ‘Foi o tempo que dedicaste a tua rosa (luta) que te fez tão importante’”

Gostaria de citar nomes, porém posso ser injusto. Mas não posso deixar de falar de duas pessoas de fundamental importância nesse processo. O primeiro é o Dr. Jesualdo, pessoa que sempre se colocou a nossa disposição, acreditando na nossa luta, nos deu o suporte necessário a essa conquista. Na segunda pessoa cumprimento todos policiais que direta ou indiretamente participaram dessa luta. Esse policial as vezes tinha o microfone negado nas assembléias, devido a contundência e objetividade de suas palavras. Meus cumprimentos ao Policial Civil Everton do Depatri.

Finalizo dizendo que mudar a Policia Civil de Pernambuco pode ser uma utopia. Mas temos o dever e a obrigação de tentar mudá-la. Como bem disse Eduardo Galeano “A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Afinal, para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar. 


Outubro de 2014

 

Artur Pedro
1º Secretário Geral eleito

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